Por que o uso e venda de tabaco não é proibido?

É conhecido graças a inúmeros estudos científicos que tabaco mata; mas isso não só causa uma alta mortalidade a cada ano, mas também causa uma série de efeitos realmente negativos sobre a saúde não apenas da pessoa que fuma, mas também daqueles que os rodeiam (aqueles chamados de fumantes passivos).

E é que, enquanto a cada ano mais de 53.000 fumantes morrem na Espanha, estima-se que a cada 10 minutos uma pessoa morre em nosso país como resultado do consumo de tabaco.

As conseqüências do tabagismo nos fumantes são mais do que óbvias: ele afeta seriamente todo o corpo, do sistema respiratório ao sistema digestivo, passando pelo sistema circulatório e pelo próprio sistema genital (afetando a fertilidade de ambos os homens). como da mulher).

Mas, no caso dos fumantes passivos, as conseqüências podem ser ainda piores, já que a fumaça inalada pelo não-fumante contém mais toxinas e substâncias carcinogênicas do que a fumaça que o fumante inala. De fato, 15% da fumaça emitida pelo cigarro é inalada pela pessoa que fuma, enquanto 85% está dispersa no ar.

A questão é mais que óbvia: por que, então, não se proíbe tanto a venda como o consumo de tabaco em nosso país? A resposta parece ser ainda mais clara, embora prefiramos deixar para depois.

Eles apresentam o primeiro processo contra o estado espanhol por "passividade e negligência"

Hoje aprendemos que um advogado sevilhano apresentará um queixa contra as autoridades sanitárias espanholas, por sua "negligência" e "passividade" no controle do tabaco, justamente por permitir tanto a presença quanto a comercialização de produtos altamente tóxicos nos cigarros.

Tudo isso em nome de um homem de 55 anos, residente em Palma de Mallorca e sofrendo de câncer, que perdeu seu discurso devido a uma doença que os médicos acreditam estar diretamente relacionado ao tabaco.

Em sua denúncia, o advogado Fernando Osuna afirma que as autoridades de saúde espanholas são responsáveis ​​pelo controle do tabaco, porque sua passividade e negligência não impediram a introdução de substâncias nocivas e nocivas nos cigarros.

Ou, para colocar de outra forma: as autoridades de saúde espanholas realmente pouco se importam com a saúde de seus cidadãos.

Por que o tabaco não é proibido na Espanha?

Antes de responder a esta pergunta, devemos repetir algumas questões básicas que, embora alarmantes, só nos questionariam ainda mais por que o Estado espanhol não proíbe a venda e o consumo de tabaco:

  • Na Espanha, a cada ano, mais de 53 mil fumantes morrem.
  • Na Europa, o fumo causa 1,2 milhão de mortes a cada ano.
  • Está diretamente relacionado ao surgimento de 29 doenças: 10 tipos de câncer e mais de 50% das doenças cardiovasculares.
  • A fumaça que emite um cigarro aceso contém mais de 4.000 substâncias diferentes. Destes, mais de 300 são carcinogênicos.
  • Nosso corpo leva 70 anos para eliminar o cádmio, um metal pesado presente no cigarro.
  • A fumaça de cigarro que o fumante não inala contém substâncias carcinogênicas 100 vezes mais altas do que a que inala.

Neste ponto, e conhecendo alguns elementos e estatísticas menos alarmantes, é difícil pensarmos como as autoridades de saúde espanholas não lutam pela proibição do consumo de tabaco (como acontece com outras drogas ilegais).

A questão é clara: por que não? A resposta deve ser encontrada no rendimento que o Estado espanhol obtém da comercialização do tabaco. De fato, cerca de 80% do preço do tabaco corresponde a impostos.

Para colocar apenas um exemplo simples, a coleção derivada dos impostos especiais foi em 2011 de 7.260 milhões de euros. Para esta figura, devemos adicionar o rendimento derivado do IVA: 1.697 milhões de euros. No total: 8.957 milhões de euros coletado.

Provavelmente a resposta para a pergunta que encabeça esta nota já foi dada.

Seja como for, atualmente todos os especialistas concordam que o controle da epidemia do tabaco só é possível através de uma ação abrangente sobre a demanda por tabaco, e não na oferta (isto é, proibido).

A posição mais razoável é encontrada, como na maioria dos casos, em um ponto intermediário: nem permissividade total (como acontece hoje com as diferentes substâncias que podem ser encontradas no tabaco), nem a proibição total. Ou seja, há uma regulação muito mais rigorosa do ponto de vista da saúde pública em todas as suas áreas: da produção às vendas, passando pela distribuição, publicidade, promoção e consumo.

Imagem | incurable_hippie Este artigo é publicado apenas para fins informativos.Não pode e não deve substituir a consulta com um médico. Aconselhamo-lo a consultar o seu Trusted Doctor. TemasCâncer

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